Tenho percebido
que muitos comentários que fazemos são extremamente parciais e não levam em
conta todos fatos. Nos gabamos de falar sobre fatos, mas será um fato completo
ouvir uma frase sobre alguém ou saber de uma ação praticada por uma pessoa por
boca de terceiros ? Ou até mesmo quando presenciamos uma cena ou vemos um ato a
certa distância de nós, é possível que estejamos vendo tudo que se relaciona
com aquela ação? A questão é que atos ou
fatos são sempre externos e nunca levam em conta o elemento invisível por trás
de cada comportamento humano; as
intenções.
O coração do homem é sondado e visto apenas
por Deus (Jeremias 17.10). Uma mesma
cena, uma mãe corrigindo seu filho, pode ter duas realidades invisíveis
completamente opostas. Numa realidade, a mãe o corrige porque está com raiva,
porque ele está atrapalhando o seu
descanso; o que seria uma motivação egoísta. Em outra realidade a mãe está
contra a sua própria vontade de não corrigir, esforçando-se para ensinar o
filho uma lição que será importante em sua vida, tendo assim uma motivação
altruísta. Até que ponto podemos “enxergar” corretamente as motivações alheias?
Quando somos
controlados unicamente por nosso coração, sem a presença do Espírito de Deus na
nossa vida, tudo se torna um pretexto para instilarmos o veneno que possuímos. Temos
uma fonte de maldade dentro de nós e é com ela que observamos os outros. Não
importa quem sejamos, todos somos iguais nesse ponto (Mateus 15.18,19). Até
mesmo a Palavra de Deus se torna arma que mata em nossas mãos, ao invés de remédio
que cura. A utilizamos somente para condenar, julgar e expor e nos esquecemos
que o propósito maior dela é trazer vida (IICor.3.6)
Sob falsos
pretextos de ajudar ou falar a verdade, fazemos comentários maldosos e
maliciosos, que na realidade apenas denigrem o nosso semelhante. Nos calamos
ante as boas ações, mas multiplicamos palavras sobre os defeitos e erros. Para nos
justificar, falamos mal do próximo. Para nos sentirmos melhores sobre nós
mesmos, diminuímos os outros. O egoísmo que reina em nós não deixa espaço pra
mais ninguém e nós temos de ser o centro sempre. Ninguém pode estar à nossa
frente. Se o outro for superior em algo, logo descobrimos um meio de quebrar-lhe
as pernas para que fique do nosso tamanho. A inveja, o ciúme, o ressentimento e
o egoísmo é o que muitas vezes origina as nossas palavras sobre os outros .
O grande problema
e resultado de tudo isso é que ao ferirmos os outros, nós ferimos a nós mesmos.
Deus nos criou para desfrutar de comunhão (Salmos 133.1) e nos alegrarmos com
ela. O verdadeiro prazer que vem de Deus jamais será sentido por uma pessoa que
prefere a solidão egoísta, porquê a presença
de Deus em nós só é real quando vivemos harmoniosamente e com os corações
cheios de amor (João 17.23; Ijoão4.12, 13).
Cada dia temos observado mais e mais pessoas
se afastando uns dos outros usando como justificativas os pecados alheios. Nas
redes de relacionamentos é cada vez mais comum lermos frases que justificam a
desconfiança, o isolamento em vez da aproximação e a tolerância. Alguns
querendo ser muito santos retomam o tempo do antigo testamento e relegam os demais à impureza e indignos de se
aproximarem. Esquecem-se de que aqueles ensinamentos cumpriram seus propósitos
e que o Santo, o filho do Altíssimo veio e usou Suas mãos para tocar os
impuros, e usou o Seus pés para se aproximar dos pecadores, enfim usou todo Seu
corpo e Sua vida para fazer uma ponte entre eles e Deus. Deus queria estar
muito próximo de mim, de você, de todos... Somos melhores que Deus para
rejeitarmos as pessoas por quem Ele morreu? Parece que pensamos que sim...
enquanto Ele constrói uma ponte, nós erguemos muros!
A gente se vê…
Danyela
Batista