Passei um tempo sem escrever refletindo
melhor sobre os meus textos. Posso dizer
que conteúdo para escrever não me falta, pois tenho uma vida psíquica tão rica, intensa e cheia de nuances que se
fosse possível visualizar o fluxo dos meus pensamentos por um momento,
ele lembraria um Picasso ou uma pintura de
Van Gogh. Daí surge um problema, pois nem sempre expor toda essa “arte” interna
é a escolha mais sábia a se fazer. Faz-se necessário aprender a escolher o
momento de falar e quando calar,
distinguir o que todo mundo precisa saber e o que deveria ser um aprendizado
particular. Surge ao mesmo tempo, a preocupação de como ser melhor
compreendida e evitar as más interpretações do que transmito.
Já ouvi muitas pessoas dizerem que não se
arrependem de nada do que fizeram, ou muitas outras que orgulhosamente declaram
que não mudam por nada sua maneira de ser e de pensar. Acredito que ambas as
posturas estão equivocadas e embora
pareçam não ter nada em comum na verdade se entrelaçam em uma mesma raiz: a
presunção de se acertar sempre e de ser um sujeito perfeito pronto e
acabado. Não se arrepende quem não
reconhece que erra feio e também não muda quem não admite que esteja tão errado
que precise de mudança.
Eu confesso que errei, erro e ainda
errarei. Confesso que já me arrependi de coisas que escrevi e disse, e que
desejaria não ter escrito ou falado. Reconheço que quando se trata de anunciar
as verdades cristãs, precisamos saber claramente que elas são absolutas, não
mudam nunca. Mas isso não significa que
sempre aplicamos as mesmas de forma correta na nossa vida e na vida dos outros.
A compreensão e aplicação correta das Escrituras depende essencialmente de uma
revelação espiritual obtida no andar constante com Deus. Através do Seu Espírito
é que podemos entender os Seus propósitos e não simplesmente por meio de um conhecimento teórico da Bíblia.
O grande problema dos fariseus é que eles
conheciam bem a Lei de Deus, mas não compreendiam o Deus da Lei. O Soberano e sua ação no mundo dos homens não
pode ser colocado dentro de uma caixinha, e entendido com os olhos limitados
de quem coleciona um punhado de regras e pensa que nisso se resume o
relacionamento entre homem e Criador. Por isso mesmo, os exímios “conhecedores
dos desígnios de Deus”,
os sacerdotes e escribas, não O reconheceram quando os seus olhos O viram
habitando entre eles. O verdadeiro Deus não se “encaixava” às suas concepções
detalhadamente fabricadas ao decorrer de centenas de anos.
Que tipo de orgulho cego, nos faz pensar
que somos melhores que essas pessoas e que não estamos sujeitos a enganos e
falsas conclusões? Que prepotência é essa que nos leva a concluir que nossa
teologia é perfeita e sem furos em todos os aspectos? A verdade é que quem
pensa que não deve mudar porque Deus e Sua Verdade não mudam, se esquece de um
fato que faz toda a diferença: Ele é Perfeito e nós não! Ele não possui nenhum
erro, falha ou engano e quanto a nós, Sua palavra mesmo nos adverte que
possuímos um coração extremamente corrupto e enganoso, mesmo quando travestido
de religiosidade.
Concluo que escrever é um aprendizado e
que não podemos ter garantias de acertar todas às vezes. Posso ficar
profundamente satisfeita com algo que escrevi hoje e extremamente envergonhada
ou irritada pelo mesmo motivo no futuro. A escrita cristaliza e torna eterno um
pensamento, idéia ou uma convicção, mas a verdade é que não somos
imutáveis, e muito menos eternos em nossa maneira de pensar. E é bom que seja
assim. A mudança é bem vinda quando se trata de seres pecadores como nós, que pouco a pouco vamos sendo
transformados na imagem Daquele que nos Criou. Mudar é necessário sempre e
arrepender-se também!!
A gente se vê..
Danyela Batista
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