domingo, 16 de dezembro de 2012

NÃO ME ARREPENDO DE NADA !!


Passei um tempo sem escrever refletindo melhor sobre os meus textos.  Posso dizer que conteúdo para escrever não me falta, pois tenho uma vida psíquica  tão rica, intensa e cheia de nuances que se fosse possível visualizar o fluxo dos meus pensamentos por um momento, ele lembraria um Picasso  ou uma pintura de Van Gogh. Daí surge um problema, pois nem sempre expor toda essa “arte” interna é a escolha mais sábia a se fazer. Faz-se necessário aprender a escolher o momento de  falar e quando calar, distinguir o que todo mundo precisa saber e o que deveria ser um aprendizado particular. Surge ao mesmo tempo,  a preocupação de como ser melhor compreendida e evitar as más interpretações do que transmito.

       Já ouvi muitas pessoas dizerem que não se arrependem de nada do que fizeram, ou muitas outras que orgulhosamente declaram que não mudam por nada sua maneira de ser e de pensar. Acredito que ambas as posturas estão equivocadas  e embora pareçam não ter nada em comum na verdade se entrelaçam em uma mesma raiz: a presunção de se acertar sempre e de ser um sujeito perfeito pronto e acabado.   Não se arrepende quem não reconhece que erra feio e também não muda quem não admite que esteja tão errado que precise de mudança.

      Eu confesso que errei, erro e ainda errarei. Confesso que já me arrependi de coisas que escrevi e disse, e que desejaria não ter escrito ou falado. Reconheço que quando se trata de anunciar as verdades cristãs, precisamos saber claramente que elas são absolutas, não mudam nunca. Mas isso não significa  que sempre aplicamos as mesmas de forma correta na nossa vida e na vida dos outros. A compreensão e aplicação correta das Escrituras depende essencialmente de uma revelação espiritual obtida no andar constante com Deus. Através do Seu Espírito  é que podemos entender os Seus propósitos e não simplesmente por meio de um  conhecimento teórico da Bíblia.

      O grande problema dos fariseus é que eles conheciam bem a Lei de Deus, mas não compreendiam o Deus da Lei.  O Soberano e sua ação no mundo dos homens não pode ser colocado dentro de uma caixinha, e entendido com os olhos limitados de quem coleciona um punhado de regras e pensa que nisso se resume o relacionamento entre homem e Criador. Por isso mesmo, os exímios “conhecedores dos desígnios de Deus”, os sacerdotes e escribas, não O reconheceram quando os seus olhos O viram habitando entre eles. O verdadeiro Deus não se “encaixava” às suas concepções detalhadamente fabricadas ao decorrer de centenas de anos.

     Que tipo de orgulho cego, nos faz pensar que somos melhores que essas pessoas e que não estamos sujeitos a enganos e falsas conclusões? Que prepotência é essa que nos leva a concluir que nossa teologia é perfeita e sem furos em todos os aspectos? A verdade é que quem pensa que não deve mudar porque Deus e Sua Verdade não mudam, se esquece de um fato que faz toda a diferença: Ele é Perfeito e nós não! Ele não possui nenhum erro, falha ou engano e quanto a nós, Sua palavra mesmo nos adverte que possuímos um coração extremamente corrupto e enganoso, mesmo quando travestido de religiosidade.

      Concluo que escrever é um aprendizado e que não podemos ter garantias de acertar todas às vezes. Posso ficar profundamente satisfeita com algo que escrevi hoje e extremamente envergonhada ou irritada pelo mesmo motivo no futuro. A escrita cristaliza e torna eterno um pensamento,  idéia ou uma convicção, mas a verdade é que não somos imutáveis, e muito menos eternos em nossa maneira de pensar. E é bom que seja assim. A mudança é bem vinda quando se trata de seres pecadores  como nós, que pouco a pouco vamos sendo transformados na imagem Daquele que nos Criou. Mudar é necessário sempre e arrepender-se também!!
A gente se vê..
Danyela Batista

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